O Egipto vai publicar pela primeira vez traduções para árabe dos romances de Amos Oz e David Grossman, segundo afirmou uma fonte do Ministério da Cultura à AFP.
"Espero concluir até início de Julho o acordo com os editores deles em inglês ou francês, mas sem passar pelos editores israelitas", afirmou Gaber Asfour, director do Centro Nacional de Tradução, que diz ter recebido a luz verde do ministro da Cultura, Farouk Hosni.
Apenas duas obras israelitas foram publicadas nestes últimos anos no Egipto, o primeiro país a instaurar a paz com o Israel em 1979.
Amos Oz é o autor israelita mais traduzido em todo o mundo, estando as suas obras disponíveis em 36 línguas. Na colecção Vintage, foi publicada recentemente o seu romance A Terceira Condição.
Milan Kundera é um dos grandes favoritos à conquista do Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura deste ano, que será anunciado na quarta-feira, dia 24 de Junho, às 11h00 (12h00, em Espanha).
Na lista de nomeados, contam-se trinta e um autores de vinte e cinco nacionalidades, entre eles, Ismaïl Kadaré, Agota Kristof, Antonio Tabucchi e Haruki Murakami.
Os Prémios Príncipe das Astúrias são uma série prémios de anuais atribuídos em Espanha pela Fundação Príncipe das Astúrias a indivíduos ou instituições de todo o mundo que tenham produzido contribuições notáveis nas seguintes áreas: Artes, Desporto, Ciências Sociais, Comunicação e Humanidades, Concórdia, Cooperação Internacional, Investigação Científica e Técnica e Literatura. Os prémios são apresentados em Oviedo, a capital do Principado das Astúrias, numa cerimónia conduzida pelo príncipe das Astúrias.
Os vencedores das três últimas edições foram Paul Auster, Amos Oz e Margaret Atwood.
Ernest Hemingway, Henry Miller e Jack London enchem as estantes do mundo inteiro e figuram entre os clássicos da literatura que nunca vão deixar de ser lidos. Para além da obra, deixaram um legado mais íntimo: a família.
(...)A história de John contrasta com a de Valentine. Neste caso, o último nome é Miller, herdado de Henry, autor de Trópico de Capricórnio e da trilogia composta por Sexus, Plexus e Nexus. As retrospectivas de vida fazem Valentine sorrir. Guarda recordações idílicas do pai, mesmo dos tempos de pobreza passados no recanto californiano do Big Sur, enquanto a aclamação mundial do escritor não acontecia (retratado
Foi figurante e dupla em cinema, empregada de restaurante, trabalhou em bares e numa loja de souvenirs. Hoje, com 63 anos, rejubila com a eleição de Barack Obama, como boa democrata que é. Quando recorda a sua educação, sente-se uma sortuda, criada num ambiente livre e criativo. "Ele não me dizia o que pensar, mas dava o exemplo. Era simpático e tratava com igual cordialidade tanto os eruditos como as pessoas mais simples." A vida de Henry Miller é um testemunho na carne do que foi o século XX. O escritor nasceu na época das carruagens puxadas por cavalos e viveu para ver o Homem ir à Lua e viajar em jactos privados. Foi uma autêntica testemunha da modernidade.
Mas como reagiria perante a realidade política e social dos nossos dias? Valentine não tem a certeza se o pai gostaria dos dias de hoje, porém não hesita perante a certeza de que se sentiria enojado com a falta de integridade e a ganância do mundo empresarial. No que à política diz respeito, o escritor sempre desconfiou da classe. Já Valentine não alinha pelo mesmo cepticismo. Democrata de longa data, vive, em estado de graça, a eleição de Barack Obama, apesar de recear que este seja assassinado. Entretanto, vai-se entretendo com uma tarefa hercúlea que é dar um destino ao enorme espólio de aguarelas pintadas pelo pai. Henry pintou-as às centenas. Muitas foram oferecidas, outras trocadas por mantimentos durante os tempos do Big Sur. Mas muitas foram-se acumulando numa garagem, em cima de uma mesa de pingue-pongue, em todo o lado.
Passados 25 anos de armazém, Valentine decidiu que era altura de as deixar ir. "Time to let go." Essa é a lógica por detrás do sítio de Henry Miller , onde estão à venda algumas aguarelas da colecção pessoal do escritor. Mas, apesar da dissipação das aguarelas e passados quase 30 anos da morte de Henry, Valentine continua com saudades, principalmente da "voz suave e rica" que mantinha conversas intermináveis.
Leia o artigo na íntegra da autoria de João Luz e publicado no Expresso, no dia 30 de Maio de 2009, aqui.
O escritor Milan Kundera, autor de O Livro do Riso e do Esquecimento, fez uma rara aparição pública para receber o Prémio Mundial da Fundação Simone e Cino del Duca. O galardão foi entregue por Hélène Carrère d'Encausse, secretária vitalícia da Academia Francesa, sob a cúpula da instituição.
O escritor Milan Kundera vai receber no dia 10 de Junho, na Cúpula do Instituto de França, em Paris, o Prémio Mundial da Fundação Simone e Cino del Duca, no valor de 300 mil euros.
Estabelecido em 1969, este galardão, que deve o seu nome ao editor Cino del Duca e à sua mulher, Simone, visa distinguir autores cuja obra literária ou académica transmita uma mensagem de humanismo moderno. Entre os galardoados com este prémio contam-se personalidades como Vaclav Havel e Andrei Sakharov.
Romancista e ensaísta, Milan Kundera nasceu em Brno, na República Checa, em 1929. Após a publicação de A Brincadeira (1967), que lhe conferiu uma notoriedade imediata, e de O Livro dos Amores Risíveis (1969), é vítima da repressão soviética a seguir ao esmagamento da Primavera de Praga. Os seus livros são interditos, é proibido de trabalhar e perde o direito de publicar. Em 1975, exila-se em Paris, onde vive desde então, tornando-se cidadão francês em 1981, após lhe ter sido retirada a nacionalidade checoslovaca, como consequência da publicação em França de O Livro do Riso e do Esquecimento, obra reeditada recentemente pela ASA na colecção Vintage.
Na ASA estão também publicados os romances A Identidade, A Lentidão, A Ignorância, A Valsa do Adeus, a peça de teatro Jacques e o seu Amo e os ensaios Os Testamentos Traídos e A Cortina.
Entre outros prémios, Milan Kundera recebeu, pelo conjunto da sua obra, o Common Wealth Award (1981), o Prémio Jerusalém (1985) e o Prémio Nacional de Literatura da República Checa (2007).
o livro do riso e do esquecimento