O escritor israelita Amos Oz recebeu na quarta-feira a Chave da Cidade de Florença, das mãos do presidente da Câmara daquela cidade italiana, Matteo Renzi.
A cerimónia teve lugar durante o evento “A Banalidade do Mal”, organizado pela Região da Toscana, e inserido nas celebrações do dia da Memória, em honra das vítimas das atrocidades cometidas pelos nazis, com especial destaque para o extermínio dos judeus.
Durante a cerimónia, a que assistiram cerca de 9 mil estudantes, o presidente da Câmara atribui também, em nome do presidente da República de Itália, Giorgio Napolitano, a Medalha de Honra a antigos deportados nos campos de concentração nazis e a familiares das vítimas.
Pode assistir ao vídeo da cerimónia aqui.
O escritor israelita Amos Oz foi agraciado na terça-feira com o grau de doutor honoris causa pela Universidade para Estrangeiros de Siena na área da Ciência Linguística para a Comunicação Intercultural, pela sua contribuição para o diálogo intercultural ao longo da sua carreira literária.
William Somerset Maugham, um dos mais famosos romancistas e dramaturgos ingleses do século XX, nasceu faz hoje 44 anos, em Paris, tendo vindo a falecer no dia 16 de Dezembro de 1965. Filho de diplomatas britânicos, cedo ficou órfão, tendo sido educado por um tio, vigário de Whitstable. Apesar de ter estudado Medicina na Alemanha e em Londres, nunca chegou a exercer, tendo sido, entre muitas outras actividades, condutor de ambulâncias durante a Primeira Guerra Mundial (à semelhança de escritores como Ernest Hemingway) e espião. As suas viagens um pouco por todo o mundo influenciaram profundamente a sua escrita. Em 1928 comprou uma propriedade na Riviera francesa, onde recebeu as mais importantes figuras do mundo literário, social e político da sua época, e que seria a sua casa até falecer.
Entre as suas obras mais conhecidas, contam-se Servidão Humana e O Fio da Navalha (a publicar na Vintage em 2010), considerada duas das obras mais importantes da literatura do século XX.
Com o seu vestido persa muito justo e um turbante a condizer, estava encantadora. A Primavera tinha chegado e ela calçara luvas compridas e drapeara displicentemente à volta do pescoço belo e robusto uma linda estola em pele, de um tom cinzento-acastanhado. Decidíramos procurar apartamento
No dia em que resolvemos procurar o nosso ninho de amor estávamos radiantes. Sempre que chegávamos a um pórtico e tocávamos à campainha abraçava-a e beijava-a vezes sem conta. O vestido assentava-lhe como uma luva. Nunca a tinha visto tão atraente. Às vezes a porta abria-se antes de nos conseguirmos separar. Havia alturas em que nos pediam para mostrar a aliança ou a certidão de casamento.
Perto do final do dia demos com uma mulher do Sul, liberal e calorosa, que pareceu gostar logo de nós. A casa que tinha para alugar era impressionante, mas muito acima das nossas posses. É claro que Mona estava decidida a ficar com ela; era mesmo o tipo de casa onde sempre sonhara viver. O facto de a renda ser o dobro do que fazíamos tenções de pagar não a incomodava nada. Eu que deixasse tudo por conta dela – daria conta do recado. A verdade é que eu queria o apartamento tanto quanto ela, mas não tinha ilusões quanto a dar conta do recado. Estava convencido que se ficássemos com ele afundar-nos-íamos.
É claro que a mulher com quem conversávamos não suspeitava que constituíamos risco. Estávamos confortavelmente sentados no apartamento dela, no andar de cima, a beber xerez. O marido não tardou a chegar. Também ele nos achou um casal muito simpático. Era da Virgínia, um verdadeiro cavalheiro. A minha posição no mundo cosmodemónico impressionou-os claramente. Mostraram-se muito espantados por ver alguém tão novo como eu numa posição de tanta responsabilidade. Mona, é claro, aproveitou-se completamente da situação. A acreditar no que ela dizia, eu já estava na calha para o lugar de superintendente, e dentro de poucos anos alcançaria a vice-presidência.
Continue a ler o primeiro capítulo de Plexus, de Henry Miller, aqui.
PLEXUS é o romance central da trilogia “Rosa-Crucificação”, iniciada com SEXUS. Relato ficcionado da frenética e extraordinária vida de Henry Miller com a sua sensual segunda mulher, Mona, em Nova Iorque, é um testemunho da caótica metamorfose do autor e do seu absoluto amor pela vida.
Encorajado por Mona e ansioso por se dedicar à escrita, Henry Miller abandona o seu emprego estável na Companhia Telegráfica Cosmodemónica. O quotidiano transforma-se então numa inglória mas sempre criativa luta pela sobrevivência, em que ambos são desesperadamente pobres e absurdamente felizes. Nos seus relatos de uma vida simultaneamente sublime e miserável, PLEXUS é, acima de tudo, uma história de amor – o amor incondicional e obsessivo que Miller sente por Mona, apesar dos seus defeitos; pela vida, apesar dos seus muitos reveses; e pela língua inglesa.
Publicado originalmente em Paris em 1953 e proibido nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha durante quase quinze anos, PLEXUS é uma erótica celebração de uma vida dissoluta.
“A vida de Henry Miller é um testemunho na carne do que foi o século XX:”
Expresso
“A grandeza de Henry Miller reside na sua capacidade para sentir todos os medos e pânicos do Homem. Como escritor, nunca se permite pousar a caneta, porque tudo o que tem a dizer acerca das estranhas e não tão estranhas criaturas que povoam a sua vida nunca chegará ao fim. Ele escreve com uma energia e autenticidade ousadas. Mais do que qualquer outro homem, ele vive nas zonas proibidas.”
Time
“Plexus é simplesmente o mais extraordinário romance de emoções e ideias, visões e pesadelos, sobre o Homem e a sociedade no século XX.”
Maxwell Geismar
“Henry Miller é incomparável a fazer aquilo que melhor sabe, num estilo irreverente.”
The New Yorker
Henry Miller nasceu em Dezembro de 1891, em Brooklyn,
Em 1930, Henry Miller foi viver para Paris. Durante os dez anos seguintes, misturou-se com os expatriados empobrecidos e os parisienses boémios, entre eles Brassaï, Artaud e Anaïs Nin, com quem manteve uma relação bastante documentada. O seu primeiro livro publicado, Trópico de Câncer, foi editado pela Oblisk Press
Henry Miller regressou aos Estados Unidos em 1940, estabelecendo-se
Henry Miller morreu a 7 de Junho de 1980,
A par de Sexus e Plexus, no catálogo ASA figuram também as obras O Sorriso aos Pés da Escada e Moloch ou Este Mundo Pagão.
Considerada a obra máxima de Somerset Maugham, conta a história da formação de Philip Carey, uma espécie de alter ego deste escritor da primeira metade do século XX. É um dos clássicos recuperados neste Natal.
Crítica de Isabel Lucas a Servidão Humana, de Somerset Maugham, publicada no Weekend Económico, no dia 24 de Dezembro.
o livro do riso e do esquecimento